9 de julho de 2009

D K W - 1000S COUPÉ -- 1958 -- ALEMANHA

A crise económica mundial do princípio dos anos 30, esteve na base da fusão dos construtores alemães de automóveis : Audi, DKW, Horch e Wanderer. O primeiro sucesso deste novo grupo, foi o Audi 2 litros, um seis cilindros realizado em comum.
A construção dos carros DKW Meisterklasse, começou em 1950 em Dusseldorf, e três anos depois o 50.000 DKW dos pós guerra, deixava as linhas de montagem da fábrica.
1953 viu aparecer o DKW Sonderklasse, seguido em 1955 pelo "DKW 3=6". Este retomava o aspecto do Auto Union 1.000, mas o seu motor foi puxado para 1 litro. Uma diferença notável era o pára brisas panorâmico, assim como os "quatro anéis" entrelaçados, símbolo da marca Auto Union.
Com um motor a 2 tempos -de que a DKW foi pioneira- com 981 c.c. de cilindrada a disponibilizar 50 cv. de potência às 4500 r.p.m., o coupé "DKW/Auto Union 1000 S", atingia os 135 Km/h., e passava dos 0 a 100 Km/h. em apenas 24 segundos.
De 1958 a 1963, foram produzidas 171.008 unidades.

VOLKSWAGEN KARMANN GHIA - 1957 - ALEMANHA

Em meados dos anos "50", a Volkwagen, resolveu apresentar um novo modelo, adoptando a mesma base e o mesmo motor do "carocha".
Foi assim que encomendou aos italianos da GHIA o desenho desse novo modelo que foi apresentado em Julho de 1955, com a designação de "TYPE 14", um coupé que recebeu os maiores elogios da imprensa da especialidade, e que seduziu o público pela elegância das suas linhas. Os primeiros Karmann Ghia - nome por que ficou a ser conhecido- adoptavam um motor de 1192 c.c. com 30 cv., capaz de chegar aos 118 Km/h, e a maior parte dos carros fabricados, teve como destino o exigente mercado dos Estados Unidos da América. Dado o êxito alcançado, em 1957 surge o "Cabriolet", que passou a adoptar o motor de 4 cilindros horizontais/opostos, mas agora com 1285 c.c. de cilindrada e a debitar 34 cv.. No ano seguinte, a 1ª. velocidade passou a ser sincronizada. Em 1962, foi lançado um novo modelo (2+2 designado por Type 34) já com motores de 1500 e 1600 c.c., que no entanto não obteve o êxito do seu antecessor.
Ao longo dos 19 anos que durou o seu fabrico, foram produzidas 362.585 unidades coupé e 80.881 unidades cabriolet.

PANHARD PL 17 - 1961 - FRANÇA

O nome Panhard é um dos mais antigos na indústria automóvel, com início em 1872. Mas em 1955 a sua imagem perdera todo o fulgor, sendo dominada pela Citroen, que ficou na posse da sua totalidade em 1965. O "DYNA", produzido a seguir à guerra para dar resposta à necessidade de um carro pequeno, prático e económico, tinha uma estrutura em liga de alumínio e um motor de 2 cilindros horizontais/opostos, arrefecido por ar. Em 1954, o Dyna passou a ter tracção à frente e um novo visual, mais volumoso mas elegante. O motor de 848 c.c. era muito bom, apesar de a sua concepção datar de 1940. Os cilindros eram unidos numa só peça com cabeça em liga leve, com aletas de arrefecimento e camisas de ferro fundido. As câmaras de combustão eram hemisféricas e as guias das válvulas incorporavam barras de torção. Em 1959, o Dyna sofre um "re-styling", para dar lugar ao PL 17.
A partir de 1961, o motor de 2 cilindros horizontais/opostos, passa para a cilindrada de 851 c.c com uma potência de 60 cv., o que lhe permitia atingir os 145 Km/h., o suficiente para vencer o Rali de Monte Carlo. Publicitado como o carro "que faz sentido", o PL 17 era leve, rápido, com pouco consumo e anos à frente do seu tempo. A tracção à frente, dava-lhe estabilidade e segurança. Com as suas formas aerodinâmicas , a Panhard garantia ter o carro com menor coeficiente de penetração de todos os produzidos em 1956. Apesar do seu aspecto, o PL 17 era um carro leve e um triunfo da eficiência. O interior pouco habitual, tinha pedais um pouco bizarros, de forma oval, alavanca de mudanças na coluna da direcção e copiava, sem sucesso, alguns temas estilísticos americanos.
Produzido de 1959 a 1963, foram fabricadas 130.000 unidades.

RENAULT FLORIDE - 1960 -- FRANÇA

No final dos anos 50 a Régie Renault a sonhar com o mercado americano, lançou o FLORIDE, um Dauphine "vestido pela alta costura italiana".
Revelado em Março de 1958, o Floride fez a sua primeira aparição oficial ao grande público, em Outubro do mesmo ano, no Salão de Paris, mas a sua comercialização só se iniciou no decurso de 1959. Adulado logo à nascença, impôs-se como "o último capricho do público feminino". As suas vantagens eram a pureza das suas linhas, os tons requintados das cores da carroçaria e os bem cuidados detalhes do seu equipamento e dos acabamentos. O Floride contava-se entre as mais belas viaturas do seu tempo, quer fosse um cabriolet, um convertível com ou sem hard-top, ou um coupé de teto fixo. Seduziu numerosas personalidades no domínio do espectáculo, e foi o carro preferido da "symbol-sexy" francesa, Brigite Bardot. Em 1962, o Floride passa a ser o "Floride S", recebendo um motor completamente novo, com uma cambota de 5 apoios e com 956 c.c. de cilindrada.
Os travões de disco nas quatro rodas desta nova versão, eram uma novidade desta categoria. O motor de 4 cilindros em linha, tinha 845 c.c. de cilindrada e desenvolvia 34,5 cv.
Produzido até 1963, num total de 177.122 unidades, não viria a perder a sua magníficência ao transformar-se no "Caravelle", um modelo "dopado" pelos 55 cv. do seu motor de 1100 c.c.

1 de julho de 2009

WARTBURG 313 SPORTCOUPÉ -- 1957 -- ALEMANHA

Depois do grande sucesso obtido com o Wartbur 311, a Automodilwerk Eisenach (AEW), lançou em 1957 o novo e belo modelo "313". Muito aerodinâmico, o carro tinha proporções muito elegantes, pelo que a sua linha agradou à imprensa Alemã e estrangeira. Uma grelha muito fina, que passou a equipar todos os modelos, decorava a frente deste luxuoso desportivo, que atingia facilmente os 140 Km/h. Como o seu predecessor (o 311), utilizava um motor de três cilindros a dois tempos, com uma cilindrada de 900 c.c. e 50 cv. de potência, graças à sua alimentação por dois carburadores. Outros elementos foram retomados do "311", como por exemplo o chassis de caixa rígida, a suspensão e os amortecedores.
A carroçaria provinha da fábrica DKW (Karrosseriewrk Dresden), e a montagem final era feita em Eisenach. O habitáculo deste cabriolet nada tinha que o envergonhasse em comparação com outros modelos ocidentais, com os seus confortáveis assentos em couro, um soberbo tablier e um equipamento interior muito bem conseguido, tal como noutros modelos europeus. Mas este "2+2" era disponibilizado em versão hard-top ou descapotável. Como os condutores que viajam num cabriolet tem por vezes experiências muito "húmidas", os bancos traseiros dos últimos exemplares foram substituídos por um alojamento para a capota desdobrável, se bem que o "313" se tenha transformado num perfeito "2 lugares".
Apesar de um apreciável sucesso, a produção em série deste carro foi parada após a construção de 469 exemplares, por decisão das autoridades, porquanto estes carros de carácter luxuoso não correspondiam aos ". . . ideais socialistas do governo comunista da RDA (República Democrática da Alemanha).

VOLKSWAGEN 1.000.000 -- 1955 -- ALEMANHA

MODELO ESPECIAL - Em 1955, foi produzido um exemplar único -um oval- pintado de dourado, estofos a imitar tecido Luis XV, pneus com banda branca e para-choques martelados, destinado a assinalar o "Carocha um milhão"
Em 1948, era fabricado o "Carocha trinta mil" e em Fevereiro de 1972, saía da fábrica o "Carocha" com o nº. 15.007034.
1978, marca o fim de uma era, com o "Carocha nº. 18.255.500, tornando-se o automóvel mais vendido do mundo, ultrapassando o record do "Ford T".
O "Carocha" veio à luz do dia em 28 de Maio de 1938, e começou a ser importado em Portugal, no início dos anos 50, sendo então vendido por menos de 50 contos (o equivalente a 250,00 €).
Este modelo, estava equipado com o motor de 4 cilindros horizontais/oposto de 1.192 c.c., com 35 cv. de potência.

D K W JUNIOR -- 1961 -- ALEMANHA

A DKW havia já construído automóveis com tracção à frente antes da 2ª. Grande Guerra Mundial, e retomou o conceito logo que recomeçou a produção de viaturas em 1950.
O protótipo do "Júnior" apareceu na IAA (Internationale Automobil Ausstellung*) em 1957 com um motor bicilindrico a dois tempos de 660 c.c.. Foi o primeiro DKW do pós-guerra concebido para concorrer com o Volkswagen. Enquanto o "3=6" utilizava uma carroçaria arredondada de antes da guerra, o "Júnior" era um duas portas de desenho moderno com "ailerons à moda, sobre um chassis em caixa, utilizando pela primeira vez barras de torção e travões interiores à frente.
A produção do "Júnior" só começou em Agosto de 1959 na nova fábrica da Auto Union em Ingolstadt. O "Júnior" de série, com alavanca de velocidades no volante, tinha então um motor d 3 cilindros a dois tempos com 741 c.c. desenvolvendo 34 cv.. Pesando apenas 700 Kgs., o carro atingia os 115 Km/h. O "Júnior" era cerca de 30% mais caro do que o Volkswagen Standard Export. A popularidade deste pequeno DKW, ligeiro e manejável, era também devida à sua potência, superior à daquele seu principal concorrente, mas o seu motor a 2 tempos acabou por ser um factor negativo. Até ao fim do ano de 1962 foram produzidas 118.968 unidades do "Júnior".
(* A IAA, é uma das maiores exposições da indústria automobilística do mundo, promovida pela Associação da Indústria Automóvel Alemã, sendo realizada em Frankfurt nos anos ímpares.)